30 novembro 2013

Preparativos (I)

Bom dia... Ou boa tarde!

Para mim, ao sábado é bom dia até 16-17h. Adoro dormir até tarde, tomar o pequeno-almoço na cama e ver um filme. Só depois é que me levanto para ir às compras e/ou tratar da casa. Pelo meio perco-me um pouco nas tecnologias e ainda vejo mais um filme.

Ora bem, no post anterior falei-vos da importância das consultas de Nutrição e Psicologia. Ora foram essas as consultas que eu tive esta semana e ainda fiz uma bateria de exames:

- análises ao sangue (eram 2 ou 3 páginas de requisitos)
- ecocardiograma
- electrocardiograma
- raio-x ao tórax
- ecografia abdominal

Upa, upa! O que vale é que no Instituto Cuf são muito simpáticos e funciona tudo a horas. Adorei a nutricionista e a psicóloga. Ambas deram o seu contacto de email para entrar em contacto com elas caso precisasse e já tenho novas consultas marcadas ainda antes da cirurgia.

Vim com trabalhos de casa especialmente da parte da nutrição, para me habituar às novas "maneiras":

- comer muito devagar
- cortar todos os alimentos em pedaços muito pequeninos
- mastigar tudo muito bem
- evitar ultrapassar as 3-3.5h sem comer (durante o dia)
- evitar beber ao almoço e ao jantar
- evitar bebidas gaseificadas
- contornar uma situação que me deixa tensa neste momento. Depois da cirurgia terei de estar o mais calma possível

Ora bem, quem é que já começou a fazer isto? Ninguém? Pois, ninguém! Tenho de confessar que são todas difíceis para mim e por isso mesmo é que devia começar quanto antes. Vou tentar... Lembrar-me! Porque o problema é que quase todas elas estão enraizadas há mais de 30 anos! 

A nutricionista também referiu que devia fazer exercício. Mas eu mal consigo subir um lance de escadas, portanto ficou para o pós.

Falando agora sobre a consulta de Psicologia, gostei muito da psicóloga. Consegue assumir vários papéis de forma a fazer-nos reagir. Entrei lá sem saber bem o que dizer e achar que não havia muito a dizer (e ela percebeu isso) e sai de lá muito aliviada. Um dos papéis é fazer de advogado do diabo e isso é importante porque nos obrigar a pensar nos "e se" e pensar se conseguimos dar a volta, se poderá ser ou não uma situação válida. Gostei!

Um aparte, antes de terminar, mas que também tem a ver com os preparativos. Ontem fui ao continente e a roupa interior (incluindo roupa de dormir) estavam com 50% de desconto em cartão. Lembrei-me que provavelmente preciso de 2 camisas de dormir e não tenho! Ora, o continente também não! Se calhar podia era ter aproveitado e ter comprado uns chinelos de jeito! Não me lembrei...

Bjs e bom fim‑de‑semana 

29 novembro 2013

Informando (III)

Olá!

Hoje vou-vos falar do apoio no pré e pós-operatório por parte de Psicologia e Nutrição. Desenganem-se se acham que uma consulta de cada chega. Nenhum de nós, por mais informação que recolhemos estamos preparados para o que NOS vai acontecer. A NÓS, ao NOSSO corpo. Porque cada corpo é corpo, cada cirurgia é uma cirurgia e cada ser é um ser! De minha parte, tenciono ir a estas consultas sempre que possa, seja necessário e tenha dúvidas. Têm medo de fracassar? Estas consultas servem para evitar isso. 

A Psicologia é importante no sentido de nos dar capacidade de lidar com a nossa mudança e com a sociedade. É normal que ocorram alterações de humor após a cirurgia e Psicologia vai ajudar nesse ponto. E no meu caso, vai ajudar a desabafar, não vá dar-me um "vaipe" e eu desatar a resmungar com toda gente. Mesmo que a psicólogo/a faça de advogado/a do diabo, será uma pessoa que estará a depositar a sua energia em nos ajudar... E nós devemos aceitar essa ajuda, porque se estamos a tomar uma decisão de fazer a cirurgia para nos ajudar, devemos pensar em nós e deixar que nos ajudem.

A Nutrição vai-nos ensinar a comer. Sim, ensinar! Porque o nosso corpo vai tentar encontrar um novo equilíbrio e é importante saber o que ele necessita. E desenvolver estratégias para evitar cair em tentações e pontos de fuga. E eu, que sou uma rapariga sem jeitinho nenhum para a cozinha e sem imaginação, vou beber as palavras do/a nutricionista para programar refeições, perceber o que posso substituir sem haver perda de prazer, etc!

Vá lá pessoal, estas consultas são importantes! Para quem tem sub-sistemas de saúde e/ou seguros, penso que se o médico que vos operou, ou a médica de família ou uma médica de clínica geral, vos passar uma declaração a prescrever estas consultas, devidamente explicado porquê, estas passam a ser comparticipadas! 

Informem-se!

Bjs... E pessoal... é quase fim‑de‑semana!

22 novembro 2013

E se...

Ando a criar endereços de blog para o pós cirurgia... Ainda não sei bem como vou fazer, se faço apenas um ou se divido a informação por vários blogs: comida num, desporto noutro e outros tópicos num blog mais geral.

A par disso, continuo a ler muito sobre tudo ao que se refere à cirurgia e ao primeiro e segundo mês. E creio que é inevitável (e que todas as pessoas devem fazer) ponho-me a fazer contas ao quanto é provável que emagreça no primeiro ano. E é destas contas que surge o "e se..."!

Pelo que tenho lido, a maioria dos caso de bypass perdem no 1º ano 70% do excesso de peso. Ora, no meu caso, se eu fizer uma dieta em que perca 125 gramas por dia (excluindo os domingos) consigo perder os ditos 70% (retirando 5% para compensar os deslizes de domingo).

E depois do "e se..." colocam-se as questões: "será fácil perder 125 gramas por dia?"; "conseguirás manter (dado o teu historial)?"; "valerá a pena correr um risco, manter uma dieta altamente restritiva no início para ao fim de um ano ter o mesmo resultado?";...

Mas aparecem respostas como: "com a operação a perda será rápida no início o que vai aumentar a autoestima logo o que vai ajudar a manter o bom trabalho e muito provavelmente as idas ao ginásio"; "indo ao ginásio, vai ajudar na perda de peso e modelação do corpo que vai levar a gerar mais autoestima"; "a não ser que deslizes, vais comer sempre menos do que o normal o que te vai permitir, no limite, manter o peso";...

E há ainda o facto de já ter avisado no trabalho que ia ser operada e não me apetece voltar atrás com o que disse... Isto faz-me pensar que se calhar precipitei-me um pouco, e não digo isto por não estar informada, mas por não ter pensado noutras alternativas. Mas, francamente, as alternativas no passado falharam todas! 

Raios, mas dá que pensar... 125 gramas por dia?

Beijos!

19 novembro 2013

Informando (II)

Como o prometido é devido, aqui vai a explicação do que é o Dumping, uma muito provável consequência do bypass gástrico.

O dumping é um conjunto de sintomas que podem surgir logo após (10 a 40 min) a refeição ou 1 a 3 horas depois. A causa é a passagem rápida dos alimentos do estômago para o intestino delgado e os sintomas são piores se os alimentos forem ricos em açúcares e gordura. Há medicamentos para evitar o dumping, mas devemos ser nós controlar a nossa alimentação para o evitar. Mas não há medicamento para o aliviar, temos de nos sentar ou deitar de forma a descansar e aguardar que os sintomas desapareçam.

Os sintomas do dumping são: cãimbras, sensação de desconforto abdominal, naúseas, tonturas,fraqueza, tremores, taquicardia, palidez, vertigens e até eventualmente diarreia.

As refeições devem ser pequenas e fraccionadas, evitar alimentos que contenham açúcar e comer alimentos ricos em proteínas. Deve-se reduzir a quantidade de fluidos que entram no intestino delgado. Normalmente é aconselhado não ingerir líquidos durante as refeições. Os sintomas desaparecem, geralmente, depois de 3 a 12 meses, embora possam ser permanentes.


Espero que este seja o meu grande aliado no meu sucesso futuro. Penso que, se me sentir mal sempre que como um doce, vai chegar a uma altura que eu já nem tento.


Bjs



18 novembro 2013

Informando (I)

Olá!

Estava a pensar aqui que criei este blog com o intuito de escolher o que fazer: cirurgia ou dieta, e no caso da cirurgia, qual cirurgia. E a ideia era pôr aqui informação... Mas nunca o fiz! Mas vou fazê-lo agora.

Para quem não me segue, começo por dizer que optei pela cirurgia porque efectivamente já tentei de quase tudo, algumas situações ainda tive bons resultados mas não os suficientes para conseguir manter. Além disso, o meu IMC é de 41, tenho falta de ar ao minímo exercício, etc.

E perguntam vocês: "Ah, mas se não mantiveste antes, vais conseguir manter depois os resultados da cirurgia?". Espero que sim, vou-me esforçar para que isso aconteça. 
Eu sempre tive um problema (que creio que deve ser comum a muita gente), apenas com força de vontade e motivação, especialmente esta última é que eu iniciava as dietas. Não valia a pena começar sem motivação porque passado 2 semanas estava a descambar. E motivação gera motivação... Ao ver o número da balança a descer mais motivada ficava, e mais motivada estava mais depressa fazia exercício...

E vai ser isto que vai acontecer com a cirurgia... Mas não pensem que será fácil e que estou a escolher a forma mais fácil e rápida. Só após um ano da cirurgia é que eu vou comer quase de tudo mas sempre em mini quantidades muitas vezes ao dia. Os primeiros 15 dias, só liquídos. Depois há o dumping, conjunto de sintomas não muito agradáveis que podem ocorrer depois das refeições (haverá um post sobre isso), aceitação social, etc. Só para assustarem-se mais um pouquinho leiam os posts dos dias 7, 9 e 14 de Novembro do blog Mais Pró Menos.

Assustados? Bem, então se o vosso problema é apenas excesso de peso, optem pela dieta. Pela experiência que tenho, aconselho à maioria uma dieta proteica. Um bom exemplo é a dieta da Dra. Agata Roquette, a dieta dos 31 dias. Acreditem que eu também achava que era mais um livro de dietas, mas esta é bastante fácil de se manter e... para os amantes de pão, podem comer um ao pequeno-almoço!

Quanto às cirurgias, apenas vou referir as duas sugeridas pelo meu médico: a banda gástrica e o bypass gástrico. Segundo ele, ambas a longo prazo têm a mesma taxa de sucesso. No meu caso, que sou bom garfo, o bypass em y de roux (não é o famoso sleeve), é mais indicado. A banda tem menos riscos associados, aliás são quase nulos. No caso do bypass, terei de ficar 5 dias internada e terei um dreno por causa de eventual má cicatrização e estarei de baixa 15 dias

Como é que a Banda Gástrica Ajustável me pode ajudar a perder peso?

A banda gástrica é uma técnica restritiva pura, e ajuda a perder peso porque induz muito rapidamente uma sensação de plenitude gástrica, satisfazendo com uma pequena quantidade de alimentos ingeridos.

E a cirurgia de bypass gástrico?

A cirurgia do bypass gástrico, dá também uma sensação de plenitude gástrica muito precoce, mas junta alguma malabsorção dos alimentos, em particular dos doces e gorduras.

Esta informação foi retirada do site do Instituto CUF. No link abaixo tem estas e outras perguntas comuns.

www.institutocuf.pt/Content/Servicos+e+Especialidades/Centros/Perguntas+Frequentes/Conteudos/ICDT_Cirurgias+Gástricas


Beijos!


14 novembro 2013

Coisas que me irritam (II)

Num país em que a obesidade, infelizmente, se está alastrar, acho inconcebível como é que num shopping, onde vão montes pessoas, tenham cadeiras estreitas! 

Passei um jantar, a sentir as carnes da minha anca a serem empurradas para cima... Isto é horrível! Dá cabo de uma pessoa... Porque nem toda a gente tem estofo para pensar: "Porra, estou mesmo mal". Eu já tive, deixei de ter, voltei a ter,... Depende muita coisa! E assim como há acessos para pessoas com mobilidade limitada, também deviam pensar em soluções que dessem para todos!

É tão triste que em pleno século XXI sejamos tão discriminados. Já dei por mim a pensar que se calhar não era má ideia emigrar para os Estados Unidos onde parece não haver discriminação nenhuma!

Enfim... Desabafos!

Bjs!

07 novembro 2013

Exames Marcados

Olá olá!

Pois é boa gente... E num instante chegou o dia da consulta e numa fracção de instante tomei a decisão. Parece precipitado, parece... Mas houve (e vai continuar a haver) muita pesquisa, leitura de testemunhos, a Anita e a Mary foram uma boa fonte (obrigada a ambas) e muita reflexão. Tentei todos os dias pensar como seria se tivesse feito a cirurgia... Estaria a fazer/comer o que estava a fazer/comer? Prós? Contras? E sem dúvida que, como a Mary refere no seu blog, o Dr. foi claríssimo e límpido, explicou e respondeu com a maior das paciências as minhas perguntas.

E foi como um clique... Marquei a cirurgia! Pensei que tivesse de esperar mais tempo, fosse exigido várias frequências em consultas de psicologia e nutrição,... Nada. Basta uma consulta de cada antes da cirurgia, os exames e é quando eu quiser!

Entretanto também compareci à sessão de esclarecimento mensal mas, como disse o Dr. chuva mais futebol deixa tudo em casa, estive sozinha com ele e a enfermeira Paula. Foram quase 2h de conversa (coitados!). Pus as dúvidas todas, como havia de dizer às pessoas, que cirurgia oodia dizer que vou fazer para justificar a dieta do pós, montes de coisas, montes! Eles foram super pacientes e queridos comigo.

Foi bom estar sozinha lá, mas gostaria de ter tido a oportunidade de ouvir pessoas que já foram operadas e que vão ser para puder ouvir dúvidas que se calhar não me ocorrem já.

Estou tão feliz que até tenho medo. Tenho um feeling que vai correr tudo bem mesmo. Por mim fazia já amanhã, mas por vários motivos não pode ser para já e será no início do ano, tipo resolução de ano novo. E espero conseguir juntar as férias à baixa, que eu vou pedir, falando com a psicóloga se me passam mais uma ou duas semana para ver se descanso a cabeça e também para me adaptar à nova forma de comer.quede vir que estou a ficar stressada em casa, desmarco as férias e vou trabalhar.

E tenho de me aguentar e não desatar a falar sobre isto. Só a minha mãe é que sabe, porque efectivamente devo precisar que alguém me vá buscar a endoscopia. Às vezes tenho impressão que as coisas não se concretizam porque falo demais ou com gente a mais. Também vos acontece?

Estamos portanto em countdown :D

04 novembro 2013

E de repente...

Chegamos à semana da consulta e eu não pesquisei mais nada. Já sei que vou armada de caderno e caneta mas gostaria de ir mais bem preparada para fazer perguntas.

Assim que me venham à cabeça, tenho os seguintes prós:

- botas de cano alto! Não me interpretem mal... Mas adoro ver botas de cano alto por fora das calças e não as uso porque 1-não fico bem de calças justas, 2-não há botas que me sirvam
- mais saúde! Adeus dores costas e respiração ofegante por subir meia dúzia de escadas
- mais capacidade física e psicológica para fazer desporto. Eu gosto de fazer desporto mas para além de me custar imenso a fazer, sinto-me desajustada do ambiente.
- vou poupar em comida :)
- os resultados vão ser vistos mais rapidamente e vou ficar motivada

E os contras:

- francesinhas e pizzas! Nunca mais poderei comer... É um contra estúpido mas é algo que me faz feliz. Se eu fizer dieta, uma vez por outra vou puder comer...
- todos os efeitos secundários da cirurgia. Especialmente as de má absorção, dado que sou bastante presa dos intestinos... É umas das mil e uma perguntas a fazer.
- a questão social. A não aceitação, a não compreensão, a infantilidade das pessoas com quem trabalho, os jantares da borga,... 

Apesar destes contras, especialmente o 1º e o 3º, eu sou penso quando é que poderei fazer a cirurgia, a quem e como vou falar às pessoas,...

Não consegui falar com a pessoa que eu conheço que fez uma cirurgia bariátrica como eu queria ter feito antes da consulta, mas espero a vir a fazê-lo mais tarde. E também vou querer participar nas reuniões do instituto CUF que a Mary me falou. Tenho medo de estará ser precipitada, de estar a ser preguiçosa para fazer desporto e dieta, acho que tenho medo de tudo,...

Boa semana

Bjs